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Conservador da Mantiqueira
Seg, 07 de Maio de 2018 14:04

IFSULDEMINAS- Campus Muzambinho recebe etapa final do curso de restauração florestal do Projeto Conservador da Mantiqueira

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O IFSULDEMINAS- Campus Muzambinho recebeu, no último dia 3 de maio, quarenta pessoas para o Curso de Restauração Florestal, promovido pelo Projeto Conservador da Mantiqueira. Além de professores, técnicos administrativos do IFSULDEMINAS, participaram do evento secretários de meio ambiente de cidades da região, representantes da Associação de Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG) e ONGs ligadas a preservação ambiental. O curso teve o objetivo de capacitar técnicos do IFSULDEMINAS e pessoas ligadas com a preservação ambiental na Região da Serra da Mantiqueira, para que sejam multiplicadores do curso em seus municípios de origem, tendo como objeto principal do Plano Conservador da Mantiqueira.

O Campus Muzambinho é a sede de um dos núcleos do projeto sendo responsável por treze cidades do Sudoeste de Minas Gerais bem como mais três municípios do Estado de São Paulo. A importância do projeto é explicada pelo professor Claudiomir Silva Santos. “Em função da dimensão e da importância deste projeto, pois tem como elo principal a preservação ambiental, não só no Campus Muzambinho, mas em toda uma região, daí a grandeza deste projeto. Estas ações já são feitas principalmente pelo IFREFLORESTA tem um bom tempo, nosso maior desafio é fazer este mesmo trabalho nas cidades sob nossa responsabilidade”, explica Claudiomir, que é um dos responsáveis pelo curso em Muzambinho.

Projeto Conservador

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Há 13 anos o município de Extrema, no sul de minas, executa o “Projeto Conservador das Águas”. Posteriormente, outras cidades da Serra da Mantiqueira surgiu a ideia de desenvolver o Plano Conservador da Mantiqueira com a intenção de apoiar os municípios nessa empreitada.

O Plano Conservador da Mantiqueira existe há mais de uma década e tem como objetivo promover a restauração florestal de espécies nativas, em cerca de 1,2 milhão de hectares na área de influência da Serra da Mantiqueira nos mais de 280 municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A ação de preservação começou no município e Extrema (MG), oriundo da execução do Projeto Conservador das Águas, experiência pioneira de restauração florestal no Brasil, utilizando o mecanismo de pagamento por serviços ambientais, bem como o apoio para a implantação do Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA).

O projeto utiliza o instrumento econômico de pagamento por serviços ambientais para promover a conservação e a restauração florestal na adequação de propriedades rurais para mais 280 municípios, com resultados expressivos na produção de serviços ambientais em especial a água, a biodiversidade e o clima. A proposta tem o objetivo de melhorar a capacidade de produção dos serviços ambientais, como a água, a conservação de solo, a biodiversidade, o sequestro de carbono, a manutenção da paisagem; promover um plano municipal e regional da mata atlântica com a participação de diversos atores e apoio da Fundação SOS Mata Atlântica; melhorar a capacidade de resiliência dos municípios para enfrentar os danos causados pelas mudanças climáticas; entre outros.

André Gustavo Nave é engenheiro agrônomo e um dos palestrantes do Curso de Restauração Florestal no Campus Muzambinho. O profissional ministrou palestra sobre produção de mudas nativas em viveiros e monitoramento de áreas restauradas. A concepção de “Restauração Florestal” é recente e difere da ideia de reflorestamento, como explica o engenheiro. “Quando se fala em restauração florestal, estamos falando em restabelecer os processos ecológicos que existem dentro e uma floresta. Não é apenas você plantar uma árvore e esperar que ela chegue a idade adulta. Você restabelece um processo ecológico, para que essa floresta seja sustentável ao longo do tempo. A floresta tem outras funções, entre elas a preservação da água, parte da conservação ecológica mesmo, dos animais, das plantas e a fixação de carbono”, afirma Nave.

O trabalho de monitoramento desse processo de restauração começou recentemente na região de Muzambinho, uma das cidades limítrofes da Serra da Mantiqueira. “Já existem algumas boas iniciativas, mas é precisos expandir numa escala enorme daqui pra frente, em função do avanço do código florestal e das exigências futuras. Tem muita coisa a ser aprendida, em função de novas tecnologias que vão surgindo, a ecologia da restauração é muito dinâmica, ela vai tendo um avanço muito rápido e isso precisa ser passado, precisa ser transmitido”, diz Gustavo.

TEXTO: Carol Negrão
FOTOS: Carol Negrão
Claudiomir Silva Santos