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Incentivo à pesquisa
Sex, 03 de Maio de 2013 10:47

IFSULDEMINAS investe na iniciação científica. Ex-alunos que ingressaram em programas de mestrado contam experiências

Ingressar em programas de pós-graduação stricto sensu, buscando oportunidades de crescimento profissional por meio da pesquisa acadêmica e do desenvolvimento de novas tecnologias junto a grandes instituições de educação superior do país. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), os incentivos para estudantes da graduação e também do ensino médio técnico buscarem esse caminho estão cada vez maiores e abrangentes.

Nos últimos anos, o número de bolsas de programas de fomento aumentou consideravelmente, saltando de 19, em 2010, para 85, em 2013. Além disso, o IFSULDEMINAS foi pioneiro entre os institutos federais, ao reservar 4% de seu orçamento para investimento em pesquisa acadêmica, possibilitando o lançamento de editais de apoio a discentes e servidores.

paula limaA valorização da pesquisa pela instituição e a disseminação dessa cultura acadêmica entre os alunos já têm apresentado resultados consideráveis. Egressa do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Paula Cristina Carvalho Lima, que estudou no Câmpus Muzambinho, conseguiu ingressar em um programa de mestrado, avaliado com o conceito máximo da Capes, órgão do Ministério da Educação que qualificada os programas de pós-graduação no país. Atualmente, ela cursa o Mestrado em Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa.

Natural de Carmo do Rio Claro, Paula passou pela formação técnica e pela graduação do IFSULDEMINAS, período em que participou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). Com a orientação e apoio de docentes do câmpus, a ex-aluna publicou os trabalhos em que se envolveu em diversos eventos científicos, como o Congresso Brasileiro de Fruticultura, por duas vezes (2010 e 2012), e o Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos (2011).

“Paula sempre foi uma ótima aluna, interessada, responsável e, por seu mérito, conseguiu ingressar num curso tão reconhecido. Tenho orgulho de tê-la orientado e feito parte desta conquista”, conta a professora Bianca Sarzi.

Caminho semelhante fez o egresso do Câmpus Inconfidentes, Michender Werison Motta Pereira. Formado em 2010 pelo curso Tecnologia em Gestão Ambiental, hoje ele cursa o Mestrado em Engenharia Agrícola da Unicamp, onde ingressou em fevereiro de 2012. “Desenvolvi junto a outros discentes inúmeras pesquisas com o capim vetiver, ainda quando cursava o ensino técnico em agropecuária. Posteriormente, em 2009, iniciamos um grande projeto de proteção de encostas, com o objetivo de monitorar a erosão hídrica de encosta protegida com capim vetiver plantado em diferentes espaçamentos. Essa pesquisa, financiada pela Fapemig, gerou inúmeros frutos, entre resumos expandidos, apresentações em congressos, TCC's e artigos publicados em revistas”, conta o mestrando.

michenderMichender diz ainda que foi o primeiro bolsista Pibic do câmpus e que as atividades desenvolvidas foram fundamentais para o ingresso na pós-graduação. “Todos esses projetos, resumos e artigos escritos, a participação em eventos científicos me motivaram bastante a seguir com as pesquisas e continuar estudando. Parti, então, para o mestrado, no qual só consegui ingressar graças ao excelente treinamento que tive no Câmpus Inconfidentes, que me proporcionaram bom currículo e preparo para ser aprovado nas etapas de prova escrita e entrevista”, relata.

Ex-aluno da Educação Física, no Câmpus Muzambinho, Henrique Menezes Touguinha também optou pela área de pesquisa acadêmica e, com a participação em projetos de iniciação científica, enriqueceu seu currículo para pleitear uma vaga no programa de pós-graduação da Universidade Camilo Castelo Branco, em São José dos Campos (SP). Ele conta que foi “primordial” o envolvimento em atividades acadêmicas e de pesquisa para a aprovação no Mestrado em Bioengenharia, além do apoio de professores.

“Em minha monografia, pesquisei formas de melhorar a recuperação entre as lutas de atletas do judô brasileiro que participaram da Olimpíada de Londres. Esse trabalho gerou um artigo internacional, apresentado em dois congressos e publicado na revista da Sociedade Americana de Fisiologia do Exercício”, explicou Henrique, que pretende emendar o doutorado após concluir sua dissertação.

Como ingressar na pesquisa

henrPara os estudantes que querem seguir esse caminho, é importante estar antenado com os editais e programas de fomento com os quais o IFSULDEMINAS é contemplado. Tanto a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) quanto o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) concedem cotas de bolsas de iniciação científica para a instituição. Mais detalhes sobre os programas podem ser acessados neste link. Além disso, o Núcleo Institucional de Pesquisa e Extensão (Nipe), órgão responsável por elaborar, fomentar, operacionalizar estratégias e integrar as atividades de pesquisa e extensão, oferece suporte aos alunos interessados em desenvolver trabalhos científicos.

Para o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Marcelo Bregagnoli, é importante que os estudantes busquem uma preparação prévia e bem definida para iniciar a sua formação científica. “Para o êxito em sua investida, o aluno deve ter excelência acadêmica, não necessariamente ser aluno de nota 10, mas saber conciliar suas atividades acadêmicas formais com as atividades extraclasse, que envolvam, inicialmente, estágios e participação em grupos de pesquisa. A partir daí, a 'construção de um bom currículo' acontece de modo natural, com a publicação em congressos e revistas”, afirma.

Conforme Bregagnoli, é por meio dessas atividades que se adquire conhecimento consolidado sobre como executar determinada atividade científica, a metodologia, a estatística, bons referenciais teóricos que solidifiquem as hipóteses de trabalho. “Publicação forte é aquela que provém de uma pesquisa forte e isso influirá na sustentabilidade da vida científica de qualquer indivíduo que queria trabalhar com a experimentação científica. Seja honesto com a pesquisa, para ser respeitado no meio científico”, conclui.


Texto: Joarle Magalhães

03/05/2013