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Combate às cigarras |
Qua, 26 de Outubro de 2011 11:17 |
Alunos testam armadilha que ajuda a controlar praga de cafezaisAlunos de cursos técnicos e superiores do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho participaram, no dia 24 de outubro, de demonstração sobre o funcionamento de uma máquina que auxilia os produtores de café no combate à cigarra. A atividade, realizada no pátio do setor de Mecanização, foi coordenada pelo técnico-administrativo Altieres de Paula Ruela e teve a participação do professor José Marcos Angélico Mendonça. O docente explicou que a cigarra é uma das pragas mais comuns nas plantações de café do Sul de Minas. Antes de se tornar adulta, em sua fase ninfa, ela se instala no sistema radicular da planta e, para se desenvolver, suga a seiva elaborada, provocando um processo de depauperamento precoce do cafeeiro. “Depois que a praga se aloja no sistema radicular, ela sobe até a superfície, fixa na casca do pé de café ou outra árvore, e dali sai a cigarra adulta”, diz. É justamente nessa etapa do ciclo de vida que o inseto se reproduz e aumenta consideravelmente sua população. Pensando em uma estratégia para conter a proliferação da praga, foi desenvolvida uma armadilha que interrompe o processo e ainda ajuda a reduzir o uso de defensivos agrícolas nas plantações. O responsável pela comercialização do equipamento na região, José Eduardo Barbosa, explica que, para funcionar, é preciso instalar a máquina em uma caminhonete ou trator e levá-la para a área da lavoura. “O equipamento emite um som, que atrai tanto a cigarra macho quanto a fêmea. A armadilha tem um dispositivo de bombeamento constante que lança o inseticida. Ao se aproximar, devido ao som, o inseto recebe o defensivo. Elas vão morrendo em questão de minutos na própria armadilha. As que voarem, morrerão na lavoura”, esclarece Barbosa. Para fazer a máquina funcionar, é preciso ligá-la na bateria no próprio veículo. Para o trabalho de um dia, são necessários 20 litros d´água e 200 mililitros de inseticida. A quantidade é suficiente para atingir uma área de aproximadamente 100 hectares. Na demonstração feita com os alunos do IFSULDEMINAS – Campus Muzambinho, apenas água foi colocada no equipamento. A armadilha possui uma lona que impede o contato do inseticida com o solo. De acordo com José Eduardo, o equipamento foi desenvolvido após um estudo de 10 anos e chegou recentemente ao Sul de Minas. A infestação de cigarras preocupa os cafeicultores porque os inimigos naturais da espécie não são suficientes para o controle da praga. Segundo José Marcos, a cigarra é alimento de animais como gralhas e tatus, mas ultimamente a população vem atingindo uma densidade alta nas lavouras de café, prejudicando as plantações. “Os inimigos naturais não estão sendo suficientes para manter o equilíbrio ecológico do ponto de vista econômico. Na maioria das lavouras, as ações de predadores são ineficientes ou incapazes de manter a quantidade de cigarras em um nível que não cause problema. A armadilha atua como inimigo natural”. Em geral, o ciclo de vida da cigarra pode durar de 1 a 3 anos. No entanto, a fêmea adulta tem poucos dias de vida. Mas é nesse período que a reprodução da espécie pode ser interrompida sem o uso de defensivos agrícolas na plantação. Estima-se, em média, que o cafeeiro suporte em torno de 30 a 35 ninfas (da cigarra encontrada no Sul de Minas) em seu sistema radicular. Acima desse limite, a planta começa a sentir a praga, iniciando o processo de depauperamento. |