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Crônica de uma escola |
Sex, 22 de Novembro de 2013 12:26 |
Crônica em homenagem aos 60 anos da Escola Agrotécnica, atual IFSULDEMINAS – Câmpus Muzambinho.
Nessa sexta-feira, dia 22 de novembro, o Câmpus Muzambinho completará 60 anos de existência. Foram 60 anos de desafios, superações, inovações e promoção da educação, ciência e tecnologia. A cada pedra, tijolo, a cada nova pesquisa, a cada dia de aula e caderno utilizado, a antiga Escola Agrotécnica, atualmente nomeada como IFSULDEMINAS – Câmpus Muzambinho, vem construindo histórias. Em fotos preto e branco ficaram registradas dezenas de histórias de vida que vão muito além do quadro-negro ou do quadro-branco. Ficaram marcadas também as cicatrizes de cada desafio que contribuíram para nos fortalecer na construção do Instituto tal qual é nos dias atuais, uma referência no ensino e pesquisa de excelência. As vozes dos professores e funcionários ressoam e reverberam até hoje quando, até mesmo ex-alunos retornam a escola buscando reviver memórias que tanto marcaram suas vidas. Professores e funcionários guardam carinhosamente sua maleta de sala de aula e seus materiais e instrumentos por tanto tempo utilizados, a fim de registrar esse período tão importante de nossa história. Algumas perguntas marcam o tempo presente como: onde está a xícara com a asa quebrada utilizada por Getúlio Vargas na inauguração da escola? A mesma xícara que marcou a humildade do então presidente da república que não se importou com solenidades e sentou-se ao lado dos alunos. Os lençóis usados por ele se transformaram em tesouro guardado a sete chaves pela família Martins. A caneta utilizada por Messias Gomes de Melo está, orgulhosamente, guardada no Museu Municipal. A memória nos é útil para contribuir com a definição do que queremos para o nosso futuro.Vila Lobos dizia que suas músicas eram como cartas para o futuro. Ivan Lins escreveu uma bela canção sobre a luta contra a censura e a ditadura militar dizendo que nossos filhos é que, num futuro por vir, provarão os frutos de nossas ações. Talvez seja essa uma das missões de uma escola: preservar o conhecimento, reconstruí-lo, aprimorá-lo e transferi-lo para as próximas gerações como um facho de luz que muda constantemente. Nesse ponto destaca-se a importância da construção de uma Instituição que perdure por 60 anos ou mais. Pois a cada nova geração que passa pelo Câmpus Muzambinho novas bases são conquistadas para o futuro e o conhecimento se dissemina de forma a construir um mundo melhor. 60anos. Impossível para o coração de um estudante esquecer os cheiros e sons dos corredores do bloco H. Os momentos vividos no refeitório do Câmpus entre colegas e as delícias da cozinha. As partidas de futebol. As viagens com a escola nas quais o objetivo era desvendar novos mundos. As aulas práticas que visam demonstrar como realmente funcionam as teorias. As provas e exames finais. As notas 10 e até mesmo os momentos de recuperação e os trabalhos extras. Em sessenta anos quantas histórias? Quantos famílias engoliram a seco a emoção da despedida? Despedida da criança que nesta escola deixará de ser apenas seu filho para se tornar um homem, um cidadão. As lágrimas valeram a pena? A saudade da família com certeza era grande mas novos colegas, atividades esportivas, participar da fanfarra, os períodos em baixo das árvores do Câmpus batendo papo com os colegas e a construção de grandes e eternos laços de amizade, aliviam qualquer sentimento triste. Impregnados no tecido dos uniformes dos que participaram da fanfarra desde seu início em 1953 e que hoje se encontram no museu da escola, estão as emoções e sonhos dos jovens que hoje lembram desse período com alegria e nostalgia. Em 60 anos de história quantos risos e gritos de alegria? Quantas lágrimas? Quantos momentos para recordar? Tudo isso valeu a pena? A resposta para essa pergunta depende da pequenez ou da grandeza da nossa alma. E fica aqui o nosso compromisso de que, para as próximas décadas, continuaremos traçando um caminho que nos leve não somente a desenvolver a pesquisa, ciência e tecnologia, mas também a construir novas, felizes, desafiadoras e dignas histórias com os que por aqui passarem.
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