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2º Workshop EaD
Qui, 07 de Março de 2013 13:48

Proposta para novo modelo de gestão da Educação a Distância no IFSULDEMINAS é discutida em evento

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Com a presença de representantes de importantes instituições que ofertam cursos na modalidade Educação a Distância, o Instituto Federal Sul de Minas Gerais, por meio da Pró-Reitoria de Ensino, promoveu, na última quarta-feira, 6 de março, o seu 2º Workshop EaD, realizado no auditório do Câmpus Muzambinho. O evento se configurou como uma oportunidade de discutir o modelo ideal para a Educação a Distância, buscando unir as expertises dos profissionais vindos de diferentes regiões do Brasil. Cerca de 70 pessoas da área participaram das discussões.

A abertura dos trabalhos foi feita pelo reitor Sérgio Pedini, que deu as boas-vindas aos participantes. “Agradecemos a presença de todos, mais do que nos prestigiar, a colaboração de vocês contribui com o debate, nesse momento em que procuramos encontrar um modelo que atenda às nossas necessidades na oferta dos cursos EaD”, declarou.

A palestra de abertura ficou a cargo do diretor de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica, Marcelo Machado Feres, que veio de Brasília especialmente para o evento. Ele destacou a importância da Educação a Distância na evolução do ensino no país e para a capacitação de mais profissionais. Conforme Feres, é preciso estudar maneiras para que, no futuro, seja possível “tirar o melhor de cada modelo e tentar, com isso, fazer modelos mais híbridos, e não barreiras que digam: esse é o modelo A que não é influenciado pelo modelo B”.

Após citar dados que evidenciam o crescimento da EaD no Brasil, como o número de ingressantes na modalidade, que cresceu de 19.142 em 2009 para 134.341 em 2012, com previsão de quase duzentos mil em 2013, o diretor citou os desafios pelos quais o sistema passa durante esse processo evolutivo, como dificuldades na expansão, estruturação, monitoramento e avaliação. Para finalizar, lembrou que é preciso adequar a oferta de cursos ao perfil da instituição ofertante, levando em conta ainda as necessidades regionais.

Na sequência, o diretor-geral do Câmpus Muzambinho, Luiz Carlos Machado Rodrigues, fez uma exposição sobre o modelo EaD adotado em sua unidade. Ele enumerou os sucessos e os entraves da efetivação dos cursos no instituto, que tiveram seu início em 2009. Destacou que, mesmo a distância, tem-se procurado fazer com que o ensino seja humanista e feito especialmente para que o aluno sinta-se como se estudasse presencialmente.

“Todo esse trabalho passa a ser um trabalho cooperativo, de comprometimento e desenvolvimento da pessoa. O clima, dentro da Educação a Distância, mesmo que seja à distância, tem que ser cordial, tem que ser afetivo e tem que ser humano, pois estamos falando da educação de um cidadão”, afirmou.

O diretor lembrou que os estudantes têm que ter responsabilidade. “O aluno tem que ter horário, ter um acompanhamento dos tutores na plataforma, de tal maneira que ele defina seu horário de estudo.”.

A programação teve continuidade com a palestra dos professores Erivaldo Cabral da Silva e Wagner de Oliveira, ambos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte. Para os docentes, existe a necessidade de igualdade entre as modalidades de ensino a distancia e presencial. De acordo com Erivaldo, “em Educação a Distância o aluno não pode ser invisível, tem que ser visto como um aluno do instituto”.

10A igualdade entre os estudantes da educação presencial e a distância também foi defendida pelo docente da Universidade Federal de São Carlos, Daniel Ribeiro Silva Mill. “É necessário renovar constantemente as propostas pedagógicas para que elas atinjam o modelo ideal”. Essa busca tem sido feita na UFScar. “Redefinimos todas as normas acadêmicas de graduação, extensão e pós-graduação da instituição. Tudo que é previsto para um aluno de graduação presencial é previsto também, atualmente, para a graduação a distância”, informou.

Encerrando as palestras do período da manhã, a professora Marize Lyra Silva Passos, do Instituto Federal do Espírito Santo, citou as vantagens e desvantagens de um modelo de gestão semicentralizada de EaD. Tópicos como a divisão de responsabilidades, a localização das equipes dos cursos no próprio câmpus, a tomada de decisões pedagógicas junto aos gestores, a redução de custos, padronização e, finalmente, uma maior integração dos alunos na vida acadêmica foram enumerados como vantagens. “Cada um tem que analisar o que vai ficar mais fácil, o que mais cabe dentro de sua realidade. A gente não acredita em um modelo padrão que seja ideal para todos”.

Durante o período da tarde, o circuito de palestras foi finalizado com o professor Célio Alves Tibes Júnior, do Instituto Federal do Paraná. Ele defendeu a necessidade de autonomia entre os câmpus presencial e o EaD e falou sobre as dificuldades de se criar uma estrutura administrativa e pedagógica capaz de sustentar um sistema de oferta de cursos a distância. Segundo Tibes Júnior, todo o processo leva em torno de um ano para ser concretizado.

Ao final do encontro, a partir dos relatos e informações apresentados, foi formada uma mesa-redonda, mediada pelo Pró-reitor de Ensino, Marcelo Simão da Rosa. Os debatedores aproveitaram o momento para discutir a necessidade de métricas que avaliem de forma panorâmica os diversos aspectos da EaD. Os resultados dos trabalhos foram compilados em um documento elaborado pela Pró-Reitoria de Ensino, que vai se transformar em uma proposta base para a implementação de um sistema mais adequado dessa modalidade de ensino no IFSULDEMINAS.

Texto: Joarle Magalhães e Tatiana Duarte

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